segunda-feira, 22 de abril de 2019

Frei Paulistano vence Itabaiana novamente e fatura título inédito

(Crédito: Dienes Celestino)
A cidade de Frei Paulo, distante 77 quilômetros da capital Aracaju, está em festa. Na tarde de sábado, 20, o time da cidade, o Frei Paulistano, venceu o Itabaiana por 3 a 1 e conquistou o primeiro título do Campeonato Sergipano Série A-1 de Futebol.

A inédita conquista coroou a boa campanha da equipe no estadual: ao todo, foram sete vitórias, quatro empates e quatro derrotas. No meio do caminho, o Touro do Agreste conseguiu desbancar os grandes do estado: Sergipe, Confiança e Itabaiana. 

O ataque marcou 18 gols, sendo, metade deles, anotados pelo atacante Luan, que terminou como artilheiro do estadual – há a possibilidade dele ser anunciado como novo reforço do Sergipe para o Campeonato Brasileiro da Série D. A defesa sofreu 17 gols, sendo, na final em dois jogos contra o Itabaiana, o time tomou dois gols.

No primeiro jogo da decisão, realizado no Mendonção, em Itabaiana, o Frei Paulistano venceu por 2 a 1 – Luan marcou um dos gols e foi expulso. No segundo confronto contra os ceboleiros, desta vez na Arena Batistão, em Aracaju, vitória do Touro por 3 a 1 – Tiquinho, Acássio e Igor marcaram para o Frei Paulistano; Paulinho Macaíba marcou o gol de honra do Itabaiana. 

O técnico Betinho falou da felicidade em conquistar títulos, desta vez pelo Frei Paulistano. “Quando eu fui para o Frei Paulistano, eu fui pra lá por um motivo muito forte, que era trabalha com o meu filho – relutei muito sobre isso, porque muitos iriam dizer que ele jogava por ser filho do treinador. Quando eu cheguei lá, ele já estava lá no Frei Paulistano – então não teve objeção nenhuma em relação a isso. Outra, pela capacidade e a qualidade dos jogadores do Frei Paulistano. Eu acompanhei muitos jogos deles, jogamos contra quando eu ainda estava no Confiança, e vi essa qualidade toda. Eu simplesmente peguei um trabalho que iniciou com Edilson lá atrás, com muita dificuldade, pois o Edilson acabou saindo e veio o Gil Sergipano num time considerado rebaixado e conseguiu a classificação para o Hexagonal”. 

No início do trabalho no Touro, uma das primeiras coisas de Betinho foi conversar com os jogadores. E o próprio treinador disse que a ideia com o time do agreste sergipano era fazer história. “Quando eu fui pra lá eu queria conquistar, chegar à final do estadual. E eu perguntei se eles estavam dispostos a isso. E, pra quem conquista, tem que abdicar de muitas situações, abrir mão de várias coisas, deixar, às vezes, família de lado, situações da noite de lado, pra se conquistar. E eles acreditaram que era possível. Cheguei numa quarta-feira para jogar domingo contra o Confiança aqui dentro – e aquele ponto foi fundamental: de um 2 a 0, conseguimos empatar o jogo e ali realmente, olhando nos olhos de cada um deles, dentro do vestiário, eles acreditaram que era possível. Continuamos trabalhando, fomos à Dores: conseguimos um empate lá, saindo atrás (do placar). Jogamos em casa com o Itabaiana, onde o goleiro Adson foi o melhor jogador em campo. Fomos à Lagarto, jogar contra o Lagarto – até então o único invicto da competição – saímos atrás, viramos o jogo. E depois, contra o Sergipe, conseguimos a vitória e a classificação à final. Eles acreditaram, trabalharam e a conquista veio por causa disso. Nos dois jogos (finais) mostramos a nossa força: o primeiro tempo do primeiro jogo não foi bom; o segundo tempo foi o Frei Paulistano do Hexagonal. E no jogo de hoje (sábado), acho que, do primeiro ao último minuto, mostramos competência e fomos eficientes”.

Para Betinho o título sempre vai ser dos jogadores, sendo que o treinador terá um percentual pequeno nisso. “É que hoje o futebol brasileiro joga tudo para o treinador, principalmente quando as coisas não andam certo: quando vem as derrotas, o treinador é o único responsável. E não é isso: todo mundo tem a sua parcela de culpa e todo mundo tem a sua parcela de competência e de conquista. Mas tudo bem, isso faz parte do futebol. A gente espera que isso venha mudar algum dia. E que mude isso: essa idolatria pro treinador é muito grande e acho que desnecessária. O treinador tem a sua (parcela) pra armar o time, passar pro time as condições do adversário, trabalhar taticamente. Mas ele não entra em campo, não é ele que faz gol, não é ele que defende, né? Então os méritos são totais dos jogadores”, completou o comandante que, no domingo, 21, foi anunciado como novo treinador do Sergipe para o Brasileiro da Série D. 

O atacante Luan, suspenso no jogo de volta da decisão, afirmou que, durante a pré-temporada, o time ia chegar à final e ia ser campeão. “Deus nos honrou que a gente ia ser campeão”.

Luan detalha as dificuldades enfrentadas durante a competição. “O ponto positivo foi que a gente se fechou, a gente fez uma família de verdade. E com isso as coisas foram acontecendo naturalmente. E como falei e venho falando: Deus nos honrou com todas as dificuldades que a gente passou no início da competição. A gente treinava em campo de barro, andávamos quatro quilômetros. E nada mais justo do que chegar agora em uma final e ser campeão”, afirmou o jogador, que pode ser anunciado em breve como novo reforço do Sergipe para a Série D.

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