Ofício da FSF enviado ao MP detalha suposto esquema de apostas em jogos do Sergipe
O ge teve acesso ao ofício enviado pela Federação Sergipana de Futebol ao MPE que apresenta mais detalhes sobre como o suposto esquema acontecia. O documento indica a participação do goleiro Igor Rayan, os zagueiros Matheus Morais e Júlio Pit, os laterais Júlio Lima e Paulo Fernando e do atacante Erick Bahia.
O volante Brendon teria descoberto a suposta participação dos colegas nas apostas e conversou com o atacante Erick Bahia, que teria confessado e demonstrou arrependimento. Nas conversas mostradas do atacante pelo volante, eram tratados pagamentos aos jogadores que participavam da manipulação de lances nas partidas.
Entre as conversas, estavam os zagueiros Matheus Moreira e Júlio Pit. Matheus teria conversado sobre uma aposta com um terceiro que disse que “estava tudo certo”.
O documento ainda afirma que, após ter conhecimento dos fatos, o presidente do clube, Ernan Sena, analisou lances em que os atletas “fogem à normalidade das suas atuações”.
O que dizem os suspeitos
O lateral Júlio Lima afirmou não estar envolvido no caso. O advogado do goleiro Igor Rayan disse que não teve conhecimento de qualquer ato formal envolvendo o nome do seu cliente, e que o mesmo não foi intimado. Porém, a defesa, bem como o próprio goleiro, estão à disposição da Justiça e do Ministério Público para quaisquer esclarecimentos.
Matheus Morais respondeu que nunca participou "desse tipo de coisa" e que desconhece o fato. Ele disse ainda que "se coloca à disposição para elucidar qualquer fato nesse sentido".
O atacante Erick Bahia disse que ainda não tem conhecimento das alegações impostas a ele e por isso não tem o que falar no momento.
O zagueiro Júlio Pit afirmou que desconhece os fatos e que eles não condizem com a conduta dele dentro do clube. Ele destacou o bom desempenho defensivo do Sergipe na temporada e que ele sempre trabalhou em prol do melhor para a equipe. O defensor também se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos.
Procurado pelo ge, o lateral Paulo Fernando ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Entenda o caso
O ge denunciou as irregularidades e apurou que não era o resultado do jogo que estava em questão. O esquema funcionava da seguinte maneira: esses jogadores apostavam principalmente na quantidade de escanteios que haveria na partida. Eram apostas diretas ou para beneficiar terceiros, que pagavam para que fossem produzidos esses escanteios com o intuito de “a conta fechar” e o prêmio do apostador fosse garantido.
Os lances suspeitos aconteceram no decorrer da temporada e em diversos jogos dos colorados, inclusive a partida da Copa do Brasil, contra o Cuiabá, no Etelvino Mendonça. Neste ano, o Sergipe disputou o campeonato estadual, a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro.
O Sergipe ainda não sabe quanto esses atletas lucraram com esse esquema. A polícia está investigando o caso para verificar os desdobramentos desta prática dentro do clube e se há outros envolvidos.
Após a instauração do inquérito, algumas pessoas - entre diretores do clube sergipano e jogadores citados na denúncia - passaram a ser ouvidas formalmente no Depatri. As investigações estão na fase inicial. Se confirmada a prática, os suspeitos podem ser indiciados por estelionato e associação criminosa.
Segundo a delegada Viviane Pessoa, diretora do Depatri, alguns jogadores já foram ouvidos pela Polícia Civil de Sergipe e outros serão ouvidos em outros estados, pois com o fim da temporada muitos voltaram para os seus estados de origem.
Crédito: Globoesporte SE
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