terça-feira, 18 de agosto de 2009

O que realmente aconteceu?

Vamos entender um pouco a trajetória do Confiança na Série D. Após o bicampeonato estadual, a diretoria proletária reforçou o elenco, trazendo jogadores importantes para colocar o time proletário onde mereceria: na B. E as contratações, junto com o técnico Roberto Cavalo, que fizeram pouco efeito, foram frutos de parceria feita pelo Confiança com uma administradora de cartões de crédito. A Plamed estava fora.
Do vizinho Sergipe, a parceria trouxe o artilheiro do estadual com 18 gols, Hugo Henrique. E tinha mais. Eles colocaram a mão no bolso para contratar o rodado Beto, Paulo Mattos, Duílio, Jorginho. Mas o que ficou evidente no clube foram os problemas que se acumulavam a cada dia, entre eles atraso nos salários. Sabido é que, no Sergipe, vira e mexe salários atrasados atormentam muita gente lá.
Com Roberto Cavalo, a trajetória do Confiança na Série C foi um fracasso: três derrotas – uma delas para o carrasco Icasa – e uma vitória – diante do CRB, no Batistão. No mesmo tempo do Brasileiro, o time disputava a Copa Governador Marcelo Déda: uma vitória – em cima do arquirival Sergipe – um empate – na estréia contra o São Domingos em 1 a 1 – e três derrotas.
Mas os coices que Cavalo tomava nas duas competições era resultado de semanas conturbadas. Quando o clube percebeu a instalação da crise, já era tarde. Em poucos dias de trabalho, Roberto Cavalo pegou muita gente de surpresa e afastou Marlon, Wescley, Alisson, Ramon, Leonardo, Guga, Théo, Fabiano, Valdson. Para apimentar, tais afastamentos foram realizados somente por Cavalo, sem que a diretoria desse o aval. A história piorou na declaração de Roberto Cavalo durante semana de treinos: “o time tem quantidade, e não qualidade”.
Para deixar o clima mais pesado, a diretoria teve que resolver a situação do volante Duílio e do auxiliar técnico Cavalinho: ambos expulsos do hotel onde se hospedavam. Graças a Milton Dantas, eles não ficaram sem teto. A Era Cavalo terminou no dia 27 de junho, sábado, quando o Confiança foi goleado pelo ASA, no Coaracy da Mata Fonseca: 5 a 2. Naquele instante, o sonho de ir para a Série C foi para o brejo.
Na terça-feira, 30 de junho, após a demissão de Roberto Cavalo, deixaram o barco proletário o gerente de futebol, Ernando Rodrigues, e o diretor Fernando França. Assim como em outros anos, o presidente Milton Dantas ficaria sozinho para resolver todos os problemas e prejuízos decorrentes da falta de planejamento para o crescimento proletário.
A partir daquele instante, muitos se perguntavam o que aconteceria: descia para a Série D ou permaneceria na C? Ubirajara Veiga, que treinava uma equipe do exterior, foi contratado para assumir o cargo técnico e livrar o time do pior. A missão de Ubirajara não era tão fácil assim: apesar de alguns problemas internos, teria que fazer com que o Dragão do Bairro Industrial continuasse na terceira divisão.
Para mudar o ambiente e dar mais harmonia, os afastados retornaram e tiveram mais uma chance no time. O presente de boas-vindas para o novo técnico foi a vitória na última rodada da Copa Governador diante do Itabaiana por 2 a 1. Vale lembrar que o campeão desta edição da Copa foi o São Domingos, que derrotou o Sergipe nos pênaltis, em pleno Batistão.
O Confiança de Veiga voltou as atenções para a Série D. E Veiga repetiu o mesmo desempenho do antecessor: uma vitória e três derrotas. Na última derrota, em Juazeiro do Norte, perdeu de goleada para o Icasa: 4 a 0. Restava torcer para o CRB, no último jogo, perder, o que garantiria a permanência na Terceirona. Pura ilusão: CRB venceu o Salgueiro por 3 a 1 e o time proletário caiu para a Quarta Divisão.
Ao término da campanha, o zagueiro Baggio disse que o time era de várzea devido a diretoria. No dia seguinte, novo escândalo. O meia-atacante Da Silva garantiu que ele e Fabiano ficaram em Aracaju e não viajaram para o Ceará. O atleta explicou o porque da permanência em terras sergipanas: “não estava embriagado, como muitos admitiram. Não viajei pois, no dia da concentração, eu, que estava com três meses de salário atrasado, recebi apenas R$500. Se arranjasse mais R$500, eu viajaria”.
Após ouvir os relatos dos atletas em diferentes veículos de comunicação, Milton Dantas se pronunciou para explicar o motivo o rebaixamento. “Esta campanha foi concretizada em virtude dos vários problemas no clube desde dezembro de 2008. Para completar, a CBF prejudicou o Confiança e demais clubes brasileiros”.
No dia 6, o Confiança anunciava a liberação dos atletas e comissão técnica. Veja alguns dos liberados ou emprestados: Pantera, Valdson, Baggio, Léo, Leandro, Mazinho Sergipano e Guga (Riachuelo, segundona sergipana), Eduardo (Central, Série D), Bira (River Plate, segundona sergipana), Romão, Val (Lagartense, segundona sergipana), Fábio, Serginho (entregue ao INSS), Robinho, Zé Paulo (Bahia de Feira, campeão da segundona baiana), Juninho Cearense (Fortaleza, segunda divisão do Brasileiro), Fabiano, Hugo Henrique (Sergipe), Mário (devolvido ao Bahia), Da Silva (Treze, Copa Paraíba), Pablo, Théo, Jorginho, Cristiano Alagoano, George, Beto

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