Caso Francão
O Estanciano bem que poderia ter feito a estreia, nesta Série D do Campeonato Brasileiro contra o Treze-PB, no Estádio Governador Augusto Franco, o Francão. Mas, menos de 48h para o início de jogo, o Canarinho do Piauitinga foi pego de surpresa com a decisão da juíza da 2ª Vara Cível de Estância de atender a ação civil pública do Ministério Público Estadual em reprogramar a partida, mudando apenas o local (saiu do Francão e foi para o Batistão).
Para o presidente do Estanciano, Sidney Araujo, tanto ele, como a diretoria e o elenco, ficaram um pouco chateados. “Recebemos esta notícia na sexta-feira, com a gente já praticamente acertado para que a estreia fosse em Estância”, afirmou o dirigente.
Sidney admite que o Estanciano acumula perdas ao fazer jogos fora de seu estádio. “Com nossas rendas, tivemos um prejuízo de, mais ou menos, R$ 27 mil. Sabemos, realmente, que o futebol sergipano não atravessa uma fase boa, principalmente na parte financeira”, lamenta o presidente do Canário.
O técnico Iedo Morgado explica que as autoridades precisam entender a importância do Estanciano jogar em seu estádio. “A vida toda o Estanciano vem minguando, passou não sei quantos anos na Segunda Divisão, vem a três anos chegando entre os melhores. O nosso campo (do Batistão), não é ruim, mas lá (em Estância) é o nosso alçapão, é onde os nossos torcedores estão, é onde a gente ia precisar mais daquele incentivo final. E, infelizmente, foi aqui”, analisou o treinador.
O vice-presidente da Federação Sergipana de Futebol, Milton Dantas, relata que a FSF não tem nada a ver com a interdição da praça esportiva. “A juíza titular da 2ª Vara Cível do município de Estância não acatou algumas melhorias que foram feitas e solicitou mais outras melhorias, que vão ser providenciadas durante esta semana para que possamos ter condições de jogo”, explicou o dirigente.
Para Milton, as exigências foram cumpridas. “Nós conseguimos o laudo do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da Vigilância Sanitária, do setor de engenharia, da secretaria municipal de obras daquele município, mas não podemos determinar o que o juiz tem que fazer, né? O juiz, na sua interpretação, achou em exigir mais alguns itens, como, por exemplo, gerador. Nós sabemos que gerador se aluga no dia dos jogos e em algumas praças esportivas do Brasil, não é do estado de Sergipe. No Estado de Sergipe eu desconheço qualquer estádio que tenha gerador, mas ela exigiu que tenha gerador no estádio Augusto Franco. E a meu ver isso é uma decisão um pouco exagerada. Mas, quem sou eu para desacatar uma ordem judicial? Quem somos nós, que fazemos a federação, que fazemos o Estanciano, para desacatar uma decisão judicial?”, explicou.
Milton Dantas entende que todos foram pegos de surpresa quando receberam, na sexta-feira à tarde, um comunicado do oficial de Justiça mantendo a decisão anterior de interditar a praça esportiva. Para reverter a situação, o vice-presidente da entidade admite que é preciso unir forças, através da secretaria de estado, do turismo e do esporte, que tem à frente Adilson Junior e Gilson Dórea, e a diretoria do Estanciano. “Precisamos tentar resolver aquilo que está sendo pleiteado pela juíza do município de Estância. Com essa parada que o Estanciano terá na próxima rodada e com dois jogos que eles farão fora de casa nas rodadas seguintes, teremos um prazo de 30 dias. Teremos que correr, na próxima semana, para que possamos viabilizar tudo aquilo que foi solicitado e consigamos essa liberação do estádio Francão”, afirmou.
Assim, defendendo a ideia do Estanciano de atuar no Francão, Milton fez um desabafo, dizendo que tudo aquilo, que foi solicitado pela Justiça, foi feito. “E, a meu ver, se o estádio Augusto Franco não reúne condições, nenhum estádio do país terá condições, porque é um estádio dentro da sua capacidade, que é de 3 mil pessoas, e está em perfeitas condições para a prática esportiva”, finalizou.
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