sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Bebeto, o craque sergipano do futsal brasileiro - Parte 1

O Esporte-SE realiza a primeira entrevista de 2011 com personalidades sergipanas ligadas ao esporte. E o entrevistado desta vez foi o jogador de futsal Bebeto, homônimo do atacante pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira de futebol de campo.

Aos 30 anos, Bebeto desponta como uma referência de Sergipe no futsal brasileiro: já defendeu a Seleção Brasileira e recebe convites dos mais importantes clubes do país e fora dele. Hoje ele aguarda os últimos detalhes para jogar pelo São Paulo/ Marília/ Construban.

Por pouco, Bebeto aceitou os conselhos da mãe e de um amigo, que ele não quer citar o nome, para não continuar na carreira. Mas o sonho falou mais alto e o sucesso foi aparecendo ao longo dos anos. Tanto a mãe como o amigo queriam que ele largasse a bola, sendo que o segundo amigo aconselhou a ele continuar nos estudos. Para a mãe, ele disse que, até os 23 anos, se não obtivesse sucesso no futsal, deixaria a bola de lado. Para o amigo, ele fez o desafio: vou vestir a camisa da Seleção Brasileira de Futsal – o que aconteceu tempos depois.

Na entrevista, o atleta, que não esquece o Campeonato Brasileiro de Beach Soccer de 2001 – torneio que marcou a sua carreira – conta como começou sua trajetória no esporte e fala dos momentos mais marcantes. Casado com a filha de um dos principais jornalistas sergipanos e cunhado de Pitta, destaque na equipe de futsal de Moita Bonita, o atleta fala em voltar a jogar pelo futsal sergipano.

Confira a entrevista do jogador, descoberto em uma pelada de rua no Bairro Industrial por um senhor que levou, para a escolinha de futsal Baden Powell, três garotos para fazerem testes: Taffarel (o goleiro Guêu, que ainda atua nas quadras), Dunga (que parou de jogar) e Bebeto (o próprio, que admite ter as mesmas qualidades do Bebeto dos campos):

ESPORTE-SE: Como começou sua trajetória no esporte sergipano?

BEBETO: Eu comecei a jogar aos 10 anos na equipe do Baden Powell, de futsal. Foi onde tudo começou. A partir daí continuei por uns três anos mais ou menos, quatro anos ou mais jogando nesta mesma equipe. Mas eu jogava não apenas futsal, jogava em outras modalidades: futsal, futebol de campo. E depois disso fui crescendo sempre com o desejo de sair daqui do estado para ter um reconhecimento maior fora e ter um sonho de jogar profissional, coisa que eu não estava vendo acontecer aqui no Estado.

E-SE: Demorou muito (para sair daqui e se tornar profissional)?

B: Na verdade, eu comecei a jogar com dez e sai (do estado) com 22. Então demorou bastante. Mas, antes disso, antes de sair daqui, eu tive a oportunidade de jogar também futebol de areia, onde fui eleito o melhor jogador do Brasil na época e vice artilheiro do Campeonato Brasileiro. A nossa equipe foi vice-campeã brasileira. Nunca mais aconteceu isso, não é? Foi um feito inédito para o nosso estado. E foi muito legal. Acabou que todo mundo que participou daquele grupo, acabou sendo valorizado. E comigo não foi diferente. Depois do Campeonato Brasileiro de Beach Soccer, aqui no nosso estado, aconteceram algumas matérias à nível nacional comigo, e aquilo ajudou bastante para a visibilidade com o pessoal da região sul. E acabei sendo convocado para a Seleção Brasileira de Futsal, porque tinha jogado o Campeonato Brasileiro de Futsal também. Como eu te falei, eu jogava futsal, futebol de areia, futebol de campo, jogava tudo junto. E aí como eu tinha jogado o (Campeonato) Brasileiro de Futsal, fui convocado para a
Seleção Brasileira de Futsal no mesmo período em que teve a convocação da Seleção Brasileira de Beach Soccer. Só que, como estava lá na (Seleção Brasileira) de Futsal, não pude comparecer na (Seleção Brasileira) de Beach Soccer, e acabou que eu nunca mais tive nenhuma oportunidade na de Beach Soccer. Eu optei pelo futsal pois todo mundo que me conhece a bastante tempo sabe que eu sempre tinha um desejo muito grande de jogar futsal.

E-SE: De uma certa forma, isso não lhe sobrecarrega? Até porque você tem família para criar.

B: Na verdade, a gente (minha família) acabou se adaptando. Como eu estava falando, isto tudo aconteceu em 2001 no Beach Soccer e, em 2002, acabei me transferindo para a equipe da Universidade de Caxias do Sul, a UCS. Foi lá onde tudo começou profissionalmente. Lá comecei a viver somente do esporte e recebi um salário, recebi faculdade, recebi casa. E eu não tinha tempo de fazer outra coisa a não ser jogar e estudar. Em 2002, foi quando tudo começou profissionalmente. E eu tive que abrir mão de família... Na época ela (Iale, com quem é casado e tem uma filha – Letícia de 2 anos) era a minha noiva e eu falei para ela: “Eu estou indo e, assim que eu tiver uma condição legal de casar, a gente vai casar”. E, graças a Deus, isso aconteceu. Hoje eu sou casado e tenho uma filha. Então eu fui 2002 para lá, fiquei 2002 e 2003 sem ela. Em dezembro de 2003 a gente casou e, em 2004, ela foi comigo (para Caxias do Sul). Em 2002, 2003, 2004 e até a metade de 2005 fiquei jogando em Caxias do Sul. Daí eu me transferi para a
Rússia e fiquei uma temporada. Retornei na metade de 2006, justamente quando acabou a temporada lá. Tinha o contrato de mais um ano, só que eu acabei optando por rescindir o meu contrato porque a gente não se adaptou muito bem lá. Eu retornei para a equipe da Cortiana, de Caxias do Sul. Fiquei lá na Cortiana, que depois acabou se juntando à UCS, metade de 2006, 2007, 2008 e 2009, quando recebi o convite para jogar na equipe da Malwee, de Jaraguá do Sul. Joguei em 2010 e meu contrato se encerrou agora em 31 de dezembro. E agora este ano já sou atleta do São Paulo Futebol Clube.

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