segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Esporte-SE entrevista: Alberto Mendonça – Parte 1

O Esporte-SE entrevistou, na semana passada, o presidente da Federação Sergipana de Futvôlei, Alberto Mendonça, que está a caminho de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde será o árbitro brasileiro na Copa do Mundo de Futvôlei de 2011.Ex-diretor do departamento de vôlei de praia da Federação Sergipana de Vôlei, Alberto se orgulha de, em apenas dois anos no departamento, ter realizado seis etapas do Circuito Sergipano de Vôlei de Praia, além de auxiliar-técnico das Seleções Sergipanas Masculinas Juvenil e Infantil – em um período de quatro anos. Mas se enganam quem acha que ele deixou de lado o vôlei: é o técnico do 100% Vôlei, equipe feminina que, com ele no comando, foi, recentemente, terceiro lugar na liga da Associação Supervôlei.

Apesar da dedicação, Alberto lamenta a realidade do futvôlei em Sergipe: “Tenho viajado pra apitar em vários estados do Nordeste, como Bahia e Alagoas, e percebo que Sergipe ainda está distante desses estados no que diz respeito ao nível dos jogadores. A minha intenção é fazer o máximo de intercâmbio com esses estados pra valorizar ainda mais os nossos atletas. Hoje, o futevôlei no Nordeste é muito forte: Bahia, Pernambuco e Alagoas tem algumas das melhores duplas do Brasil. Sergipe, em breve com esse intercâmbio, estará figurando nesse cenário. O futvôlei tem chances de ser esporte exibição em 2016 e vamos incentivar a prática do esporte em nosso estado com competições para iniciantes”, garantiu Alberto que, após seis anos apitando várias etapas brasileiras e mundiais da modalidade – o que garantiu o direito de entrar para o quadro internacional de arbitragem – acabou aceitando o convite para se candidatar a presidente – e sair vencedor.

Professor de Educação Física formado na Unit, em Aracaju, além de pós-graduando em Desenvolvimento Humano e Atividade Física, Alberto Mendonça falou da realidade do vôlei em Sergipe: criticou atletas e culpou a FSV por não acreditar em um projeto de evolução para o esporte. Nem a participação das equipes sergipanas no recente campeonato de vôlei de praia foi poupada de críticas.

Esporte-SE: Quando e como surgiu a paixão pelo esporte? Quando você acreditou que isso (o esporte e o vôlei) poderia dar certo em Sergipe?

Alberto Mendonça: Comecei bem cedo, aos 7 anos, como goleiro de futsal. Dai pratiquei vários esportes: futsal , basquete , pólo aquático, surf e vôlei. Futevôlei nunca joguei. Comecei a acreditar no esporte quando vi que, quando organizava competição, não era só importante pra mim, mas pra varias pessoas. A minha comunidade era valorizada por ser da Zona Norte. Tenho o respeito dos atletas em todos os cantos do estado que vou. O vôlei pode dar certo em qualquer lugar: basta ter força de vontade dos atletas e dos dirigentes, nunca de um só.

E-SE: Por que o nosso vôlei não está tão em evidência? É por causa dos atletas e dirigentes?

Alberto Mendonça: Com certeza. Muito mais pelos dirigentes, mas os atletas também tem sua parcela de culpa. Muitos (atletas) não querem treinar e sim bater pelada, não levam a sério a vida de atleta que tem que abrir mão de muitas coisas. Alguns atletas em Sergipe não estão a fim de abrir mão de coisas que fazem no seu dia a dia.

E-SE: A que se deve o fracasso dos atletas sergipanos na etapa nacional do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, que aconteceu em Aracaju?

Alberto Mendonça: Sergipe só tem atleta amador e ali é uma competição profissional. Sergipe não acreditou no projeto que tinha de renovação quando (eu) estava na federação. Muitos dos atletas que lancei pararam de jogar por falta de incentivo. Daí ficamos com jogadores velhos e sem potencial no esporte - assim se explica o fracasso. Vinicius (Santana, do vôlei de praia) foi uma exceção: lutou enquanto pode contra a falta de patrocínio. Acredito se (Vinícius), na época, tivesse tido um patrocínio e um parceiro a altura, hoje (ele) estaria figurando entre os melhores do Brasil.

E-SE: Que projeto de renovação foi esse? Que resultados ele proporcionou ou proporcionaria aos atletas?

Alberto Mendonça: Uma competição sub-21, circuito paralelo ao adulto, só com atletas jovens: assim eles ficariam mais motivados a jogarem em sua categoria, preparando-os para as competições adultas. Com certeza teríamos hoje alguns atletas figurando no vôlei de praia brasileiro. Mas, com certeza, se ainda estivesse na federação (de vôlei) ajudaria também no vôlei de quadra


OBS: Decidimos fazer 10 perguntas a Alberto Mendonça sobre o vôlei e futvôlei em Sergipe. O espaço foi o MSN. Em virtude das obrigações do dia a dia e da viagem para Dubai, fizemos quatro e faremos as outras que restam durante a semana, logo após o árbitro chegar de viagem de Dubai.

Nenhum comentário: