sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Força e fé: pensamento das meninas do ADNSF para o estadual de futsal

Plena noite de quarta-feira, 25, em local escondido no bairro Ponto Novo, meninas e meninos que jogam pela categoria adulto de futsal, utilizaram a quadra da praça Nivaldo Menezes, próximo a uma igreja católica, para fazer o que mais gostam: jogar futsal. 

E o gosto supera os limites. Até porque as garotas representam a Associação Desportiva Nossa Senhora de Fátima (ADNSF). E treinam com os meninos da escolinha para disputar, a partir de 2 de dezembro, o Campeonato Sergipano Adulto Feminino. Elas estreiam no sábado, 28, às 19h30, contra o Futsalto, na quadra Geraldo Oliveira, anexo ao Parque Aquático Zé Peixe. “Vai lá acompanhar o jogo”, convidou o treinador Dudu. 

Apesar das dificuldades, elas fazem um esforço tremendo para dar o melhor em quadra. Uma delas estava sem tênis, outras chegaram atrasadas, outras nem vieram para treinar. Para completar, a quadra não é totalmente segura e gradeada, o que permite a bola atingir o telhado das casas vizinhas. Sem contar com a falta de equipamento para treinar. 

Mas, elas não vivem apenas do futsal. A ala Joelma, de 27 anos, é babá. Desde os 10 anos pratica esporte, como capoeira, bicicleta. E sua preferência pelo futsal? “Não sei, eu gosto muito”, respondeu Joelma, que  começou no ADNSF ano passado, depois de conhecer Dudu através de uma amiga em comum. 

A babá, que já participou de jogos da modalidade em Japaratuba e Lagarto, diz que prefere jogar com os meninos. “Eu acho melhor, pois eles jogam mais, nos entrosamos mais”, revela, admitindo, em seguida, que espera a equipe ganhar todas as partidas e que nenhuma de suas colegas se machuque. 

Uma das mais velhas do grupo, Cláudia, 30 anos, gosta de ser chamada de secretária do lar. E se emociona quando lembra do gosto pelo futsal. “Foi na adolescência, quando participava das Olimpíadas Escolares. Viajava muito. Era bom demais”, afirma a veterana do futsal, que está na escolinha há um ano, assim como a colega Joelma, e já perdeu 13kg durante os treinamentos, o que enche de orgulho o treinador.  

Cláudia admite que jogar futsal é um hobby. “Para passar o stress do trabalho. Paixão e gosto mesmo”, completou, dizendo que conheceu Dudu por acaso, através do emprego e do trabalho no dia-a-dia. Assim como as outras parceiras, está animada para disputar o Campeonato Sergipano. “Força e fé”, completa.

Sua colega Rafaela, de 19 anos, é estudante. Fixa – que no futebol poderíamos chamar de zagueira – diz que, desde os oito anos, gostava de pegar a bola direto, seja em casa ou nas praças esportivas de Aracaju. Conheceu Dudu através de parentes, pois a mãe era colega dele. 

Quanto a formação dos times, ela prefere jogar com os homens. “Sâo mais experientes, As meninas tem corpo mole”, alegou, utilizando quase o mesmo discurso da colega Cláudia visando a disputa do estadual. “Entrar com raça, força e vontade. Pensar nas vitórias e ser campeã”, analisou. 

O técnico Dudu admite que a expectativa para as meninas do ADNSF fazerem sucesso no campeonato é boa. “Nossa equipe não é ruim. Vamos fazer o possível para dar o sangue. Cada um pode mostrar o seu melhor”.

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