Clássico-Maior decide Sergipão Sub-15: Dragão dá o troco e é campeão nos pênaltis
Por Daniel Damásio
Gipão e Dragão já estavam equilibrados antes mesmo dos times entrarem em campo. No banco, dois experientes profissionais do futebol de base: Marcílio Menezes no comando do Sergipe, que buscava o bicampeonato; e Jadir Damasceno, o Carioca, a frente do Confiança, time do qual integrou a histórica equipe de 1977. Nas campanhas, vitórias importantes nas fases finais: os vermelhos passaram por Santos e Nova Geração, e os azuis, por Santa Cruz e Palestra. E na torcida, os cerca de 1500 torcedores trocando incentivos e provocações.
A arbitragem foi outro atrativo para o jogo. Seis formandos da Turma Sidrack Marinho, da Associação de Árbitros Profissionais de Sergipe (AAPF-SE) tiveram seu teste prático após dois meses de preparação e clínicas e coroaram a iniciativa pioneira no País, em parceria com a Federação Sergipana de Futebol. Hamilton Carlos da Silva apitou o jogo, auxiliado por Rafael Andrade e Adnilson Teixeira.
O duelo
60 minutos de bom futebol e muita vontade, divididos em dois tempos de 30, um pra cada cor. O jogo começou morno e sem lances de impacto, mas cresceu na medida em que os times deixaram o estudo e se lançaram, criando situações. No primeiro tempo, prevaleceu a desenvoltura do meio campo azulino, e nos minutos finais, o gol sai em bola parada: Gustavinho alçou a bola da esquerda e Kevin, escondido entre a zaga colorada, desvia no canto baixo de Davi. 1x0 Confiança e explosão no lado azul.
Na volta para o segundo tempo, apareceu quem sumiu no primeiro: os cartões. Foram quatro amarelos, sendo três para os proletários, o que indicava um avanço perigoso do rival em seu território. Marcílio alterou o que precisava e a pressão rubra crescia, tanto que resultou na expulsão do capitão Marcos Vinícius, por falta dura em Netinho.
Com um a menos, os proletários resistiam e os rubros martelavam, e os garotos superavam o cansaço e o calor com muita garra. Em meio às cinco trocas, a última delas trazia a explosão vermelha: Jonh, que entrou no lugar de João Victor para empatar o clássico, ao escorar para o canto esquerdo de Arthur uma bola alçada da esquerda e rebatida na confusão da grande área – o mesmo desenho e tempo do gol azul – e fazer Sergipe 1x1.
O fim de jogo selou o justo resultado, e o título foi definido nos pênaltis. Novo equilíbrio na melhor de cinco cobranças, com quatro acertos e uma defesa pra cada time – Davi e Arthur defenderam, respectivamente, os chutes de Adrian e Dennys. Duas séries alternadas foram necessárias. Na primeira, novo empate. Na segunda, Lucas Gabriel converteu e viu Arthur defender o chute de Ícaro: 6x5 e a senha para a loucura da torcida proletária. O Confiança devolveu a derrota sofrida no ano passado e comemorou o título sergipano do Sub-15.
No fim, vieram as medalhas e troféus homenageando o árbitro Ivaney Alves de Lima e o desportista Eduardo Gordo, dirigente do Grêmio (Conj. Sol Nascente), e com elas, a cordialidade e aprendizado de vencedores e vencidos. Tal qual no ano passado Sergipe x Confiança fazem o encontro de azuis e encarnados, que desde 1949 e sem respeitar idade, paralisa a Capital e escreve a história do futebol sergipano – e se depender deles, continuará a escrever por muito tempo.
FICHA TÉCNICA
CONFIANÇA 1 (6) x 1 (5) SERGIPE
(Arena Batistão – 29/12/16 – Final do Sergipão Sub-15 2016)
Confiança: Arthur; Celso (Geovanne), Gabriel, Marcos Vinícius e Gustavinho; Lucas Gabriel, Phelipe, Wellinghton e Gustavo; Adrian e Kevin (Jordan). Técnico: Carioca
Sergipe: Davi; Léo, Adrian Ribeiro, Dennys e Carlinhos (Kaio); João Victor (Jonh), Lucas, Ícaro e Netinho; Digão e Rian (Ray). Técnico: Marcílio Menezes
Arbitragem (AAPF/FSF): Hamilton Carlos da Silva (central), Rafael Andrade e Adnilson Teixeira (bandeiras), Tamires, Prata Bragança, Antônio Glauber Bispo e Wagner Tavares Silva (reservas)
Gols: Kevin (ADC) no 1° tempo e Jonh (CSS) no 2° tempo
Cartões Amarelos: Lucas e Rian (CSS); Phelipe, Adrian, Marcos Vinícios e Arthur (ADC)
Cartão Vermelho: Marcos Vinícios (ADC)
Pênaltis: No Confiança, converteram Gustavinho, Gustavo, Wellinghton, Phelipe, Geovanne e Lucas Gabriel; perdeu Adrian (defendido por Davi)
No Sergipe, converteram Kaio, Digão, Lucas, Netinho e Adrian Ribeiro; perderam Dennys e Ícaro (ambos defendidos por Arthur)
Jogo com portões abertos, com arrecadação de alimentos não-perecíveis para o Asilo Rio Branco
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