Presidente da AAFP-SE fala da pré-temporada da arbitragem
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| (Crédito: Futebol Sergipano) |
Como forma de preparação para a temporada 2018 do futebol, a Comissão Estadual de Arbitragem (CEAF-SE), em parceira com a CBF, FSF e Associação dos Árbitros de Futebol Profissional de Sergipe (AAFP-SE) realizou, de 15 a 17 de dezembro, a pré-temporada da arbitragem. O evento aconteceu no NB Hotéis, em Aracaju, e foi ministrado pelo ex-árbitro e atual instrutor FIFA, Antônio Pereira da Silva.
Para saber um pouco mais da pré-temporada, o Esporte-SE entrevistou, na tarde desta terça-feira, 19, o presidente da AAFP-SE, Ivaney Alves Lima. Além da pré-temporada, Ivaney falou das novidades que possam surgir na arbitragem em 2018, sem esquecer o ano de 2017, recheado de críticas e elogios aos árbitros e assistentes na temporada do futebol.
Na entrevista, Ivaney fala de “padronização” como uma alternativa para melhorar, e muito, a arbitragem nos jogos. E se você não gostou da arbitragem deste ano, se prepare: segundo o presidente, a arbitragem sergipana de 2018 será uma mescla dos que já estão no quadro com os novatos que vão entrar. Sobre a atuação dos árbitros, ele mantém o discurso dos dirigentes de árbitros: o que mais importa para a arbitragem não é equipe A nem equipe B, mas sim legitimar o resultado no campo de jogo.
Esporte-SE: Como foi esta pré-temporada da arbitragem?
Ivaney: Foi muito importante. Foram três dias de avaliações teóricas e aprimoramento no campo. Iniciamos no dia 15 (de dezembro), com a parceria da Associação de Árbitros e a Federação Sergipana de Futebol, através da sua comissão de arbitragem. E a CBF, onde disponibilizou o instrutor Antônio Pereira da Silva, instrutor renomado, instrutor FIFA e CBF: já foi árbitro da FIFA por muito tempo e hoje está como instrutor. Foi um multiplicador, com uma didática muito boa, onde todos puderam interagir, tirar suas dúvidas. Tiveram um vídeo-teste em sala de aula. E no domingo encerramos com a parte física. O apoio do presidente Milton Dantas foi fundamental pra essa pré-temporada.
E-SE: O que foi de fundamental importância nessa pré-temporada, visando uma temporada de 2018 não apenas igual, mas talvez melhor do que foi em 2017?
I: A padronização, as atitudes dos árbitros dentro de campo para a gente poder coibir a questão da indisciplina; o jogo fluir melhor; você ter critério nas suas marcações. Então foram abrangidos vários árbitros. O árbitro moderno no futebol moderno. Então a gente procurou nesses três dias passar o que teve de melhor: foram passados vários vídeos-testes sobre tema de mão, impedimento, faltas táticas, ataque promissor, o que é uma falta temerária, o que é uma falta imprudente. Para que o árbitro, na verdade, possa ler a regra e entender para poder interpretar dentro do campo de jogo. É isso o que está se cobrando muito: a Comissão Nacional vem cobrando, a Comissão Estadual também vem cobrando; e é isso o que os árbitros tem que entender. E eles entenderam: foram três dias de muito interajamento. Interajiram muito as pessoas, os árbitros com o instrutor. Ficaram à vontade. Pela forma didática do instrutor, surgiram várias perguntas. Surgiram várias perguntas para aquele tipo de lance: e isso foi proveitoso: a participação. E tenho certeza que é só colocar em prática em nosso campeonato que se inicia no dia 13 de janeiro para que a gente possa, mais um ano legitimar o resultado dentro do campo de jogo. O que mais importa para a arbitragem não é equipe A nem equipe B: o que importa pra gente é legitimar o resultado dentro do campo de jogo.
E-SE: O que se pode tirar de lição da arbitragem deste ano, visto o pouco tempo de pré-temporada em 2016, inicio dos trabalhos de Milton Dantas na presidência da federação, e a temporada deste ano? O que se pode tirar de lição visando a temporada de 2018?
I: Na verdade o árbitro não para, principalmente do quadro da CBF. Nós temos avaliações durante o ano todinho, tanto teórica como física. E quem quer chegar a algum lugar, precisa realmente estar sempre batalhando. E os árbitros sempre estão trabalhando, tanto o árbitro nacional como o árbitro local. Agora, não resta dúvida que, com a chegada do presidente Milton Dantas, a gente incrementou mais a questão de treinamentos. Milton Dantas não mede esforços para que a estrutura venha para cá. A própria escola de arbitragem, no qual eu sou o diretor: nós trouxemos, neste último curso, três instrutores FIFA: então esse é um marco muito importante. Esses jovens que se formaram agora já participaram da pré-temporada, já estão ingressados na federação porque foram habilitados nas avaliações teórico e físicas. Se formaram na escola passando em todas as etapas, porque para entrar no quadro da federação, primeiro: tem que concluir a escola. Só recebe o diploma quem foi aprovado em todas as avaliações. Aí ele passa por ou
tra avaliação, que é a física e a teórica, para entrar no quadro da federação. Então assim: estes anos estão sendo muito valiosos, está sendo importante este apoio da federação junto com a associação e a comissão de arbitragem. E temos que caminhar juntos, porque o objetivo maior aqui é a arbitragem sergipana.
E-SE: Quem serão os árbitros do Campeonato Sergipano de 2018?
I: Serão os que já vem atuando e a comissão, consequentemente, deve mesclar com alguns jovens que estão chegando e outros valores que nós temos. Para não cometer injustiça, não vou citar mais...o nosso quadro é muito bom. E como disse: nós estamos a dois anos, terminando com a nossa arbitragem local legitimando os resultados dentro do campo de jogo. E não tenha dúvidas que, em 2018, vamos dar continuidade a esse trabalho também, porque o quadro é muito bom, tem jovens valores, outros estão surgindo. Mas uma coisa eu digo, que é o seguinte com os jovens que estão chegando: eu sempre bati nesta temática no curso de formação: espere as oportunidades chegar. E é um adágio muito popular e sábio na arbitragem: você tem que subir degrau por degrau, para não queimar etapa lá na frente.
E-SE: Haverá alguma diferença entre a arbitragem que vai apitar o Hexagonal e a arbitragem que vai apitar os jogos Quadrangular da Morte?
I: Não, não, não. A responsabilidade é em todos os jogos. Você não pode se dar o luxo de colocar o árbitro aqui ou ali. Quando se faz a escala, na verdade, você procura botar os mais experientes, pode botar mais alguns jovens. Temos vários árbitros experientes no quadro, que não são CBF, mas tem uma experiência muito larga. Então assim: todos os jogos são difíceis. E esse campeonato são 15 datas e todo mundo vai querer ganhar. Então cada jogo a responsabilidade aumenta. Então cada jogo o árbitro tem que encarar como uma final de campeonato. Encarando como uma final de campeonato, tenho certeza que o resultado é positivo para a arbitragem.
E-SE: Copa do Nordeste e Campeonato Brasileiro das Séries A, B, C e D... qual a porcentagem de arbitragem sergipana nessas competições? E Copa do Brasil também...
I: Na Copa do Nordeste, sem sombra de dúvida, nosso quadro trabalha. Foi uma luta grande. A CBF hoje só coloca árbitros da região Nordeste. E a CBF está valorizando, e isso não é de agora. Temos campeonatos Séries A, B, C que o nosso pessoal também trabalha: alguns trabalham mais na Série A, outros na Série B. Mas isso é como falei pra você: é degrau por degrau e a Comissão Nacional ela tem uma experiência muito larga, uma bagagem grande para avaliar. Mas o quadro de Sergipe sempre é lembrado à nível nacional. Nunca deixamos de ter alguém nas escalas de nível nacional, seja em qualquer Série e na Copa do Brasil.
E-SE: O grupo formado por Cláudio Francisco Lima e Silva, Cleriston Clay (Barreto Rios) e o Aílton Farias da Silva formarão denovo a equipe para competições nacionais? A Vaneide (Vieira de Góis) também, né?
I: São vários árbitros que nós temos. Mas a RENAF de 2018 a CBF deve estar divulgando agora no início do ano. Acredito com certeza que deve manter ou acrescentar alguém também, pois nós temos vários nomes bons, temos o próprio Diego, o próprio Claudionor, o Eduardo, o Michael; assistentes coma a Vaneide, a própria Fernanda e outros que estão chegando aí. Então, assim: nós temos uma gama muito boa, e claro como eu disse a você: a Comissão trabalha cada ano, degrau por degrau, pra que todos tenham a sua devida oportunidade, pra que o nosso futebol cresça não só a nível local, mas a nível nacional. Mas, para não ser repetitivo, vou dizer denovo: a arbitragem sergipana sempre está no topo à nível nacional.
E-SE: Segundona Sergipana: vocês também já começam a se preocupar?
I: Com certeza. O trabalho é esse, né: iniciou, já começou a temporada agora, já começou a pré-temporada do dia 15. A arbitragem não tem folga, porque já começa a Série A-1 agora, depois tem a Copa do Nordeste, Copa do Brasil e, consequentemente, tem as outras competições: Sub-13, Sub-15, Sub-17, o Feminino e a própria Série A-2. E a Série A-2 desse ano vai ser muito mais difícil, porque só sobe um: a briga pelo título vai ser muito maior. Nós temos que estar o que? Preparados! Então não existe área de conforto para a arbitragem: ela tem que estar antenada e trabalhando todo o ano.


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