domingo, 24 de agosto de 2014

Estive “in loco” na Copa do Mundo no Brasil – Final

Era início de tarde de segunda-feira e o Esporte-SE seguia a missão: entrevistar os jornalistas sergipanos que cobriram “in loco” a Copa do Mundo no Brasil. Apesar do atraso, consegui a terceira e última entrevista desta série. E o espaço para fazer isso foi o local onde trabalha o entrevistado.

O personagem da vez é Jorge Henrique, 43 anos. Há 25 anos é fotojornalista e desde 2001 exerce esta função no Jornal da Cidade – antes disso, no mesmo jornal, trabalhou na tituleira por 10 anos; depois, além do Jornal, chegou a trabalhar para órgão do governo local. Este ano, teve a oportunidade, pela segunda vez, de cobrir a Copa do Mundo, sendo, novamente, a companhia do jornalista e editor do caderno de esportes do JC, Kléber Santos.

Suas fotos e as reportagens feitas pelo colega foram divulgadas em caderno especial do jornal: “Copa 2014: Direto das sedes”. Ambos trabalharam muito para dar, ao JC, conteúdo de qualidade. Falaram dos momentos na Copa, do vexame brasileiro, da Associação das Vítimas das Chuvas de 12 de janeiro de 2012, no Rio de Janeiro, e muito mais.

Assim, para tratar destes assuntos e de outros, como as diferenças e semelhanças com a Copa na África e futuros projetos, Jorge concedeu a seguinte entrevista:

ESPORTE-SE: Para você, qual foi o momento mais marcante nesta Copa?

JORGE HENRIQUE: Nesta de 2014, o mais marcante, pelo lado negativo, foi a derrota de 7 a 1 do Brasil.

ESPORTE-SE: E do lado positivo?

JORGE HENRIQUE: Do lado positivo... fotografar a final, a segunda final.

ESPORTE-SE: Em comparação com a (Copa) da África do Sul, que análise você faz desta Copa?

JORGE HENRIQUE: A (Copa) da África foi muito fria... teve muito frio e acabava da gente sentindo muito frio... para todo mundo que estava lá. E as duas eram muito alegres: o povo africano é muito parecido com o povo brasileiro.

ESPORTE-SE: Então, o que você achou da Copa do Mundo no Brasil?

JORGE HENRIQUE: Achei ótima. Provou que o país tem capacidade para fazer um evento de grande porte.

ESPORTE-SE: O Brasil tem chance de sediar mais uma Copa, caso aconteça?

JORGE HENRIQUE: Acho que quando vier sediar outra Copa, já morri, né? Pois, se da primeira para a segunda levou 64 anos, a tendência é que nossa geração não cubra mais uma Copa no Brasil.

ESPORTE-SE: Acompanhando de perto a seleção, imaginava, em algum momento, o Brasil passar vexame? Imaginava em algum momento que o time perderia por 7 a 1?

JORGE HENRIQUE: Não, não. Na verdade eu achei que, pelo que vi, não botava fé que passasse pela Alemanha não. Achei que perderia da Alemanha, mas não com aquele vexame que foi.

Estava bem afastado disso (treino, jogo). Foi um resultado que não vai se repetir nunca: já aconteceu e pronto. Depois daquele resultado, o Brasil vai jogar mais 100 vezes, e não vai repetir.

ESPORTE-SE: O título para a Alemanha foi merecido?

JORGE HENRIQUE: Sim, era a melhor seleção, foi a que melhor se programou, se preparou. Sim, foi merecido sim.

ESPORTE-SE: E aquela Associação de Moradores que perdeu famílias na enchente de Teresópolis (correção do próprio blog: Associação das Vítimas das Chuvas, em 12 de janeiro de 2012, no Rio de Janeiro): o que você pode tirar daquilo como lição?

JORGE HENRIQUE: Eu estava lá na quinta-feira, na Granja Comary e cheguei a ver algumas faixas deles lá. Foi há 1 ano e meio, mais ou menos, que isso aconteceu né? Fez dois anos que isso aconteceu (na verdade, foram dois anos).  Foi triste, triste o que aconteceu e alguns deles estavam lá (na Granja) e diziam que a alegria deles era estar ali vendo a seleção treinando e, depois de uma catástrofe daquela (de 12 de janeiro), ter a seleção treinando ali.

ESPORTE-SE: O que você pode tirar de aprendizado após sua segunda participação em Copa do Mundo?

JORGE HENRIQUE: Cada evento que você cobre, e de grande porte, é um aprendizado. É tentar ir cobrindo o que tiver e as oportunidades que o jornal der a chance, tem que ir. Cada um que você vai, você aprende coisas diferentes: pessoas diferentes, culturas diferentes.

ESPORTE-SE: Após cobrir “in loco”, você tem novos projetos pela frente?

JORGE HENRIQUE: Tem a Copa América no Chile, ano que vem, e 2016 a Olimpíada no Rio.

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