domingo, 19 de fevereiro de 2017

Diretor da CBF fala em ‘pegada mais qualitativa’ no Brasileirão e sobre investimentos

Flores e o nosso futebol (Fonte: De Prima/CBF)
Diretor de competições da CBF, Manoel Flores explica os planos para os certames nacionais nos próximos anos, prevê salto financeiro e fala sobre o montante que foi gasto pela entidade com competições, apoio às federações e fomento

DE PRIMA: Como será a participação da CBF no conselho técnico do Brasileirão, marcado para segunda-feira?

FLORES: A gente vai explicar o novo ano do projeto gramados, que sofreu ajustes e foi expandido para a Série C. Vamos repetir a padronização, qualidade e vamos incluir a iluminação agora. Vamos submeter um projeto a todos os clubes para eles verem o que a Fifa considera necessário. Tudo isso na pegada do licenciamento, acostumando os clubes ao que vamos exigir lá na frente. A ideia nesse começo é mostrar como está a realidade. Vamos chegar ao ponto de fazer coleta de solo para mostrar ao clube se está, por exemplo, com muito adubo ou se a terra não está ideal. O mesmo vale para a iluminação, vamos passar uma estimativa de custos e dar uma consultoria sobre como gastar.

DP: Quais as ideias da entidade para a Série A?

F: Temos a intenção de termos uma pegada mais qualitativa no campeonato como um todo. Olhar para o estádio e ver mais qualidade. Recebemos sugestões sobre regulamento o ano inteiro. Vamos olhando e, eventualmente, colocando na pauta do conselho técnico.

DP: Qual a avaliação sobre a primeira fase da Copa do Brasil com jogo único?

F: A avaliação é a melhor possível. Só no primeiro dia – de 17 jogos, foram sete mandantes classificados. Na primeira fase inteira, dos 40 classificados treze foram clubes de menor ranking, acima de 30%. Os grandes entraram para valer na competição, desde o início. Historicamente se falava que a competição começava morna, com time reserva jogando fora, buscava um empate e resolvia só em casa. O jogo único fez com que a competição começasse pegando fogo. O nível de atenção foi mais alto.

DP: E por que os campeões da Copa Verde e da Copa do Nordeste perderam vagas na Sul-Americana e acabaram entrando nas oitavas da Copa do Brasil?

F: Foi uma decisão que competiu à Conmebol, uma competição dela. Entendemos a preocupação dos clubes, até tentamos, mas entendemos o lado da Conmebol. Ela quis unificar o critério de acesso às competições continentais. Ela privilegia os certames nacionais. Diante disso…

DP: O que vai significar o aumento do valor das cotas da Copa do Brasil ano que vem?

F: Significa uma mudança total na perspectiva de grandes, médios e pequenos para a temporada a partir de 2018. O salto financeiro vai ser muito interessante. Acima de R$ 65 milhões ao clube campeão, uma cota muito significativa ao clube pequeno, que às vezes representa o orçamento do ano inteiro dele.

DP: Qual sua percepção sobre os horários dos jogos aqui no Brasil?

F: Acho que evoluímos bastante de uns anos para cá. Foram ganhos pequenos, mas sensíveis. A diversificação de horários foi importante, como as 16h de sábado e as 11h de domingo, até para poder mapear o que funciona melhor no Brasil. O que é bom lá fora não necessariamente funciona aqui. Estamos com um olhar para fora. Temos um grupo de trabalho, há uma demanda de maior receita. Estratégia de internacionalização passa por horário. No domingo de manhã temos uma média de público excelente, os clubes pedem para jogar nele. E o fato de o campeonato majoritariamente ser jogado no inverno ajuda.

DP: Qual o volume de investimento da CBF nas competições? Ano passado, foram cerca de R$ 60 milhões…

F: A CBF gastou R$ 288 milhões com futebol em 2016 e isso inclui competições, auxílio às federações e Seleções. Desse montante, mais da metade é destinado às competições e fomento ao futebol nos quatro cantos do país. A entidade faz um belo investimento. Aí fora, são poucas as federações nacionais que bancam integralmente terceira e quarta divisões.

DP: Mas uma crítica é que o investimento na Série A é muito baixo…

F: A Série A é um belo produto. A CBF está fazendo o possível para investir cada vez mais. O projeto gramados, o protocolo, são investimentos. Custam caro. Isso é organizar o produto para que os clubes possam fazer mais dinheiro com ele. Isso é reação em cadeia. Tem assuntos que a CBF está atacando de frente, como jamais fez.

DP: Marco Polo Del Nero dá pitacos sobre competições? O que ele pensa?

F: O presidente participa de todas as decisões. Além de conhecer muito o futebol, está engajado com as novidades, disposto a ouvir. Tudo o que é implementado tem participação dele.

Fonte: De Prima/Lance!Net

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